sábado, 24 de novembro de 2012

Belo Horizonte, lar da decadência

Belo Horizonte tá me parecendo muito com a Lisboa descrita no livro 1808, uma cidade medieval, incapaz de romper com os vícios do passado, um ambiente sepulcral e depressivo, que contrasta com a realidade vibrante vigente. Bem, eu quero falar de muita coisa e não quero falar de nada.
As vezes a cidade fica sufocante, e como Lisboa daquela época temos uma corte débil e enfermiça, então não me espanto. Mas me dá tristeza olhar a cidade as vezes, sei lá, BH tem tanto potencial pra tanta coisa e não sai nada, acho que a corte está de parabéns, fez a cidade que eles queriam, aonde se trabalha e vai pra casa, fim. Olho como a cidade funciona a noite, e não é lá essas coisas não. Não to pedindo pra ser uma São Paulo com um evento a cada seis segundos, estou apenas pedindo espaços públicos descentes que possam ser utilizados, e o tipo de espaço público de convivência que eu estava me referindo não eram quarteirões fechados, eram locais onde um grupo pode fazer um luau sem se preocupar com um aval da prefeitura (Saudades Praia), um lugar de confraternização de pessoas diferentes, mas quarteirão fechado é o que tem né, e ainda chamam de praça. Dizem que a Savassi é o lugar mais pulsante de BH, eu gosto muito de lá, mas que me perdoem, lá pode ser muuuito melhor do que é, bem mais "boêmio". Se esse é o lugar que temos para levar nossos amigos de longe para "curtir", desculpem mas estamos mal. Outro dia uma amiga minha chamou outros amigos pra virem aqui, e disse que andaria com eles pra tudo que é lado. Me desculpem de novo, mais BH não é do tipo que tem muitos lados não, e pra ser sincero acho que a cada dia nós perdemos algum espaço de convivência, e com isso criamos uma cidade noturnamente vazia, com casas cheias e ruas desertas.
Eu falo mal mas na verdade eu me sinto mal, é minha cidade porra, eu amo aqui demais, e parece que as vezes ela simplesmente não é levada a sério, ou é pensada apenas para o "sério", whatever.
Quero falar mal agora da situação do transporte em BH. Reparem na disposição do quadro de horários dos ônibus. Eles praticamente só funcionam no horário de pico. Sério, pegar ônibus pra fazer alguma coisa sábado a noite, ou domingo qualquer horário, eu francamente as vezes perco a vontade de sair de casa. Pense em sair pra, sei lá, ir numa praça da liberdade ou numa feira hippie da vida . Dá muita preguiça de pensar em ir de ônibus, seja fim de semana, ou até durante a semana, mas enfim, depois colocam a culpa no carro pelo problema do transporte em BH. Eu acho na verdade que os gestores são é uns filhos da puta que não dão um sistema de transporte descente e depois dizem que a culpa é do cidadão por procurar uma solução melhor pros problemas dele. Uma cidade que tem em sua área de influência cinco milhões de pessoas, o melhor que ela pode oferecer é um sistema de baixa capacidade por ônibus? E que ainda não é bom? E a culpa é minha por preferir milhões de vezes ter um carro? Se bem que é bom pra vocês também né? Afinal, nem acredito que seja a máfia dos ônibus o "grande vilão", acho que é mais fácil serem as montadoras que lucram com uma corte fraca. Pensa comigo, Uberlândia que é Uberlândia, com todo respeito, é uma cidade do interior, que tem se não me engano setecentas mil pessoas na sua influência, tem um sistema de ônibus bem melhor que o de Belo Horizonte no comparativo, e eles ainda tem um sistema semelhante ao BRT já em funcionamento, enquanto nós ainda estamos implantando o nosso aqui. Que tipo de exemplo que nós somos? Na boa, eles com setecentos mil habitantes tem um nível de serviço e de oferta de transporte beeem melhor que o daqui, isso me deixa muito envergonhado mesmo.  Não coloco a culpa na BHTrans, de verdade, ela só faz o que dá com o dinheiro que tem, e segue o mantra de toda autarquia pública, faz o que tiver com o dinheiro que liberarem, porque depois não vai ter mais dinheiro. Perguntinha: porque fazem BRT ao invés do metrô? - Porque tem dinheiro é pro BRT. - A mais porque não guardam esse dinheiro pra colocar no metrô? - Porque não dá pra guarda esse dinheiro, e se não usar pra função que eles mandaram, cancelam o dinheiro e ponto. - E fizeram certo em quebrar a antônio carlos duas vezes? - Desculpa de novo mas pra mim eles fizeram sim, porque tinham liberado dinheiro pra pista exclusiva, se não fizessem a pista e esperassem o BRT, o BRT que ainda não tá pronto ia demorar ainda mais, e a Antônio Carlos teria sido um caos maior do que foi nesse período e todo mundo reclamaria do mesmo jeito.
Ciclano disse pra beltrano que monotrilho vai ser o salvador do transito belo-horizontino. Maior abobrinha que eu já ouvi na vida, nós não temos dinheiro pra fazer um BRT sozinho. Mas seguindo a filosofia do administrador público, se me derem dinheiro pra fazer isso, pode não ser a solução do problema por completo, mas é melhor que nada, então libera o dinheiro que eu faço. Ou então, como li recentemente, se a iniciativa privada quiser bancar, seja bem-vindo.
Me deixa com lágrimas nos olhos ver tal estágio de decadência e abandono, e me faz pensar em viver em outros lugares, mas eu amo muito esse lugar, então ficarei na minha solidão pensando no que posso fazer pra melhorar essa cidade que pode ser tão boa, mas uma pena que nem sempre a realidade confere com nossas expectativas.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

sábado, 5 de maio de 2012

Frases para Pensar

Em que céu foi se forjar

o fogo do seu olhar? -

William Blake

Livros que estou Lendo

Bem, eu só postei sobre livros uma vez, e como faz anos que eu nao posto nada, resolvi postar

alguma coisa, então vou falar do livro que estou lendo:

EXTRAS, de Scott Westerfeld

Feios_Capa 02

Sério, pra mim é o MELHOR LIVRO QUE EU JÁ LI. Bernard Cornwell na As crônicas de Artur  é indescritível, super maravilhoso, mais Extras, não sei se é devido a paisagem futurista, e com menos rios de sangue, realmente me cativou. Para ser sincero Scott Westerfeld me cativou com a série Feios.  Um livro melhor que o outro, mais como o melhor sempre fica para o final, Extras é a cereja do bolo que faltava ao chantilly de Especiais.

Uma pausa aqui pra parabenizar as capas feitas pela editora Galera Record. Eu vi no google as outras capas pelo mundo e nenhuma ficou tão boa quanto as da Galera. A de Especiais então foi magistral. A tatuagem dinâmica ficou maravilhosa

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Extras é o mundo depois a libertação promovida por Tally Youngblood. Nela, as pessoas, mais criativas que os avoados fazem o sistema da Era da Perfeição entrar em colapso, fazendo o governo pensar em outras alternativas, inclusive o dinheiro dos Enferrujados. Porém, eles inventam um sistema de Reputação e Méritos, em que os mais famosos ganham as melhores coisas, e as pessoas sem fama, as extras, ter que ralar para conseguir méritos, através de açoes que agradem o Comitê da Boa Cidadania. Ou então fazem vídeos para seus canais na esperança de que alguem o veja e que algum divulgador famoso a “retransmita”.

Aya Fuse, a personagem central desse novo livro, é a posição 412.318, uma extra bem extra, que procura uma matéria que a leve para entre os 1000 primeiros famosos, para a super badalada festa de Nana Love, com os mais famosos da cidade. Aya faz uma matéria (que eu nao vou contar pra não estragar a história), que a alça rapidamente para as 10 mais famosas, e enquanto checa os pings recebidos, que ela classifica por reputação, ela vê o de Nana Love ( a 2ª mais famosa), e se alegra toda. Antes de abrir, a mensagem de Nana Love é abaixada de posição. Somente uma pessoa é mais famosa que Nana Love. Tally Youngblood. E sua mensagem se resume em 7 palavras.

sábado, 3 de março de 2012

Marketing

 

Acho que a imagem por si só diz tudo né, uma pessoa, ou uma equipe com um marketing pessoal forte, são extremamente diferenciadas das outras pessoas. Deixe-me dizer os motivos que me levaram a escrever sobre isso.

Hoje eu fui no jogo SADA Cruzeiro x Volêi Futuro, no Ginásio do Riacho, em Contagem, e, devido a provocações racistas no jogo anterior, contra o Minas TC, o Volêi Futuro entrou com uma camisa com os dizeres: VF contra  a Discriminação, e com o nome de Wallace atrás de cada camiseta.

Algumas pessoas podem não entender, entao vou tentar explicar. 1º, no ano passado o central do Volêi Futuro Michael foi chamado de “bicha” pela torcida cruzeirense, que gerou uma polêmica nacional e blablablá porque o assunto não é esse, e o Volêi Futuro fez uma jogada pesada em cima do episódio, e coloco os jogadores e torcedores com camisas com as cores do arco-íris, simbolo GLS, que pode ter abalado o emocional do jogadores do SADA em Araçatuba. Aquela jogada foi muito positiva para o time paulista, e deixou feio o time de BH, que no mínimo so pode tentar imitar com uma irrisória faixa. Agora cheguemos ao atual cenário. O jogador do SADA Wallace, foi chamado de “macaco” por uma torcedora minas-tenista, ato descriminatório, que Michael havia recebido no mesmo ginásio do Riacho. Ai é que tá a jogada. Ao entrarem com essas camisas, não apenas deixaram a torcida neutra em relação a eles ( nao pararam de torcer para o SADA, claro, mais ficaram menos agressivos, até o Lorena tiçar a torcida, mais isso nao vem ao caso), recebendo aplausos pela iniciativa emocionante, a mídia deve com certeza dar algum destaque ao caso, dando enfase ao VF, como também, e o fator que mais me chamou a  atenção, foi c-o-e-r-e-n-t-e. Assim como com o seu jogador, se postou em uma postura anti-descriminação com um jogador de outro time, o mesmo time que, por meio da torcida, ofendeu o seu jogador por meio de um ato de descriminização. UM TAPA LINDISSIMO DA MELHOR LUVA DE PELICA. O departamento de marketing desse time tem profissionais de excelente nível, pois pelo menos pra mim, reles torcedor, foi um ato inesperadíssimo, e de um fair play, que, mesmo com a palhaçada do jogador Lorena, chamando uma torcedora de vadia do meio do corredor dos vestiários, me deixou a melhor das impressões em relação ao time do Volêi Futuro.

Uma palavra: Genial.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Frases para Pensar

 

Algumas estão sepultadas no fundo dos vales mais solitários; outras, suspensas no alto das montanhas mais escarpadas, ou a beira de precipícios. Em toda parte o homem buscou as poesias do infinito, o solene horror do silêncio; em toda parte quis colocar-se mais perto de Deus; buscou-o nos cimos, no fundo dos abismos, à beira das falésias, e sempre o encontrou. - Duquesa de Langeais, Honoré de Balzac